quinta-feira, maio 31, 2007

Insónia Febril



Deveria estar acordado
e não durmo,
escorrem-me as horas
pesadas como sombras
pela face,
cola-se-me o tempo ao corpo.

Sinto esta madrugada corrompida.
O dia artificial como uma peste
afugenta o sono das paredes
e o tempo arrasta-se enfermo,
dependurado no que resiste à luz.
...de mim não se aparta,
não cala o sopro de quem chora,
não pára o grito sussurrado,
o desespero incontido por me conter.

Há nas minhas sombras um frio profundo que se me crava nas costas,
uma vigília de morte que não me deixa morrer.