Dois Homens vagueiam pelo deserto:
-O futuro está para a frente, vem em último.
-O passado está atrás mas vem primeiro.
-E o presente? O presente nem chegou nem vai chegar e no entanto é eternamente.
-Estranho é o tempo.
-Não menos o espaço.
-Sim, certamente. Entre as minhas mãos há uma distância infinita que posso conter na finidade dos meu braços.
-É isso mesmo, dividir o finito infinitamente.
-Passatempo dos melhores!
-Ocupa-se o tempo com o espaço.
-Sim, faço-o desde pequeno. Ocupava tardes inteiras a desejar a cegueira das pedras.
-Eu, quando que me perguntavam o que queria ser quando crescesse, respondia sempre que queria ser pó.
-Ah,Ah! Resposta original. Agora também penso assim. Felizmente que não me tornei pedra, não teria paciência para tanto.
-Então boa tarde!
-Boa tarde!
sexta-feira, junho 27, 2008
quarta-feira, junho 25, 2008
O Diabo é um Homem doido
A loucura apresenta-se como o além, o desconhecido. É um reino oculto para o Homem vulgar, tocado por alguns e habitado por poucos. A esses, sempre tão vulneráveis como qualquer outro Homem, acresce-lhes semear o medo aos restantes que de uma forma ou outra se ancoram pela "normalidade".
O seu poder demoníaco assenta no fosso intransponível que separa as realidades, na incapacidade de compreender porque motivo dada mente fez da curvatura espaço-tempo um circulo e nos abandonou à nossa domesticação perfeita. Que animal é aquele que vive em nós, que espírito se oculta nas primitivas profundezas do nosso cérebro?
Irá Ele acordar um dia?
E como resposta oferecemos uma prisão, escondemos dos olhos do mundo que existimos. Se o Diabo bate louco na janela, parece-me que aspira à liberdade... Não será tão louco quanto isso.
(Clip retirado do filme "Titicut Follies" de Frederick Wiseman com o som posteriormente editado/manipulado por mim.)
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